top of page

ESCOLAS DESPREPARADAS


O modelo de ensino atual que vimos no Brasil atende aos objetivos propostos? Tenho a plena certeza que sim. Mas a pergunta que realmente precisa ser feita não é essa.


Precisamos perguntar se realmente ela prepara o jovem para o mercado de trabalho e para a vida. Se essa for a pergunta, tenho a certeza que a resposta será, não. O modelo atual, simplesmente, é configurado para que ao final de aproximadamente, 12 ou 13 anos, o jovem esteja de posse de um diploma de conclusão do ensino médio.


Nada mais que isso.


Se ainda não bastasse, temos uma discrepância enorme entre a qualidade da educação em escolas públicas e privadas, impactando significativamente nos futuros dos jovens de hoje. Apesar dessa grande diferença, nenhum tipo de escola consegue preparar seus jovens para uma vida fora da escola, e muito menos, para o mercado de trabalho.


Uma educação engessada, desatualizada e que faz com que seus alunos sejam reféns de um sistema.


O mundo vem evoluindo de forma rápida e assustadoramente e a educação está parada no tempo. Tempo esse em que pessoas que possuíam um ensino médio completo ainda conseguiam um bom emprego, e aqueles que tinham faculdade, então, eram tratados como “reis”. Os tempos são outros. As necessidades são outras. E o atual modelo não nos prepara para isso.


Se formos elencar os problemas que fez com que isso ficasse dessa forma, podemos elencar alguns: grade curricular desatualizada; professores incapazes de estar no lugar onde estão; desigualdade em educação pública e privada; falta de investimentos; entre outros.


Quando refiro-me a grade curricular desatualizada, não estou dizendo que precisamos tirar da grade escolar, matérias como português, matemática, geografia, história, ciências, física. Precisamos entender que essas matérias são, sim, de extrema importância, e não deverão ser deixadas de lado.


O que precisamos, realmente, é inserir matérias que estão faltando, tais como: educação financeira, desenvolvimento pessoal, psicologia, empreendedorismo. Matérias essas que, somando às matérias já existentes, irão preparar, com certeza, o jovem para o futuro.


Outro grande problema, e talvez, ao meu ver, o mais significativo de todos, é a maneira de como são feitas as avaliações do atual ensino. Vamos pressupor que Joãozinho, por exemplo, tem um sonho de ser um professor de matemática em uma grande faculdade de sua cidade. Joãozinho, apesar de ser um aluno acima da média, em matérias que exijam cálculos, é um péssimo aluno em matérias como português. Não entra na cabeça de Joãozinho o que é uma oração subordinada.Para ele, isso não tem o maior sentido. Joãozinho, por outro lado, ganha todos os campeonatos de matemática de sua escola, e se não bastasse é considerado um menino superdotado. Mas toda vez que tem uma prova de português, Joãozinho fica atordoado, pois sabe que as coisas não sairão bem.


O tempo passou e Joãozinho, aos trancos e barrancos, conseguiu chegar em seu último ano no ensino médio, e está cada vez mais próximo de fazer a sua faculdade do sonho, matemática, e se preparar para realizar seu sonho de criança que é ser professor.


Mas, nem tudo são flores. Joãozinho, já ao final do ano letivo, se depara com a notícia de que está em recuperação em português, e que se não passar na prova de recuperação, terá que fazer mais um ano, e adiar por mais tempo a sua tão sonhada faculdade de matemática.

No contexto, apesar de Joãozinho nunca ter se dado bem em português, essa foi a primeira vez que ficou em recuperação. Das outras vezes, ele, pelo menos, conseguia alcançar a nota mínima.


E agora, o que fazer com João?


Seguindo o atual sistema de ensino, pouco importa se Joãozinho quer ser professor de matemática e que é um aluno superdotado. Suas conquistas ao longo dos anos, como destaque da turma e da escola, já não importam mais. Joãozinho, deverá repetir de ano.


Mas é o melhor a ser feito? Estaremos preparando, realmente, Joãozinho para o futuro, ou apenas seguindo um roteiro engessado e desatualizado?


Agora, vamos analisar de uma outra forma. Imaginemos que o nosso sistema de ensino estivesse preocupado com o futuro de Joãozinho, e que logo nos seus primeiros anos na escola, essa sua superdotação e paixão tivesse sido levada em consideração para os anos seguintes.


Joãozinho não iria parar de frequentar as aulas de português, e nem as aulas das demais matérias. Porém, sua maior atenção seria destinada a aprimorar seus conhecimentos em matemática, a participar de campeonatos, a frequentar as faculdades para conhecer a rotina dos professores, entre outras atividades voltadas a seu desenvolvimento.


Se fosse dessa forma, a escola não iria reprová-lo no seu último ano. Não iria impedir aquele promissor aluno de realizar seu maior sonho.


É isso a que me refiro. A escola não pode ser uma barreira para o aluno. Muito pelo contrário. Ela deve ser um trampolim, de forma a entender o aluno e impulsioná-lo para longe.


O atual sistema de ensino tem como missão colocar os alunos em uma caixa e não tirá-los de lá por vários anos.


As consequências disso tudo são catastróficas. Perderemos vários Joãozinhos ao longo do caminho. Alunos brilhantes que a escola encaixotou. Futuros cientistas, advogados, médicos,professores, astronautas, engenheiros, ficarão pelo caminho. Quem tem a perder com tudo isso? Todo mundo. Serão adultos nas profissões erradas. Frustrados e desmotivados.


Ainda, há tempo de tudo isso mudar. Precisamos lutar com todas as forças possíveis para mudar a mentalidade de todos. Não só de nossos governantes, mas também dos professores, pais e dos próprios alunos, pois pela falta de informação e por fazerem parte de um sistema arcaico, eles nem se dão conta do erro que está sendo cometido. Só darão conta quando for tarde demais.

Comments


Captura de tela 2024-05-28 144550.png

Diego Reis

  • Instagram

➡️PENSAR FORA DA CAIXA É O ÚNICO CAMINHO

💥Compartilho aprendizados da vida que nenhum livro, muito menos a escola, ensinam!

bottom of page